AHF: Grandes Farmacêuticas Devem Reduzir Seus Preços Exorbitantes para Pessoas Vivendo com Hepatite C

In Brazil by AHF

Às vésperas da Cúpula Mundial de Hepatites no Brasil, ativistas exigem das companhias farmacêuticas preços menores nas drogas para hepatites, visando facilitar o alcance das metas de tratamento para 71 milhões de pessoas vivendo com Hepatite C ao redor do mundo.

São Paulo, Brasil (31 de outubro de 2017) às vésperas da Cúpula Mundial de Hepatites 2017 em São Paulo, a Aids Healthcare Foundation (AHF) exige que a Gilead reduza os preços de seu medicamento salva-vidas, o Sofosbuvir, essencial no tratamento de pacientes vivendo com o vírus da Hepatite C (HVC). A AHF também conclama aos governos à adotarem todas as medidas possíveis, incluindo a adoção de licenças compulsórias para oferecer tratamento gratuito da Hepatite C a todos que dele necessitem e, particularmente, às pessoas co-infectadas pelo HIV.

Segundo a OMS, estima-se que 71 milhões de pessoas estejam vivendo com Hepatite C ao redor do planeta em 2015 – com apenas 7% em tratamento. Destas, 2,3 milhões de pessoas estão co-infectadas pelo HIV. Além disso, 257 milhões de pessoas no mundo vivem com o vírus da Hepatite B, com 2,7 milhões co-infectadas pelo HIV.

Enquanto temos poucas opções alternativas para o tratamento da Hepatite C, o Sofosbuvir apresenta taxas de cura da infecção superiores a 90%. No entanto, variações drásticas de preços de país para país o tornam inacessível para muitos pacientes.

“Cobrar mais de países de alta e média renda é apenas ganância das farmacêuticas, simples e claramente” diz a Diretora Sênior para Políticas e Advocacy Global da AHF, Loretta Wong. “No Brasil, o fornecimento de Sofosbuvir para 28 dias custa US$2.292 e, na Argentina, US$2.086 – porém, em Ruanda, Egito e Ucrânia o preço é de US$300. A versão genérica na Índia custa US$108. Onde está o senso de responsabilidade social da Gilead? Eles precisam reduzir seus preços imediatamente! ”

A AHF parabeniza a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Brasil por rejeitar o pedido de patente da Gilead para o Sofosbuvir no começo deste ano. Recentemente, o Ministério da Saúde introduziu uma política para prover tratamento gratuito da Hepatite C para todos os pacientes – mas os governos no restante da região e globalmente ainda precisam fazer mais. Outros governos podem forçar a Gilead a reduzir o preço do Sofosbuvir ameaçando a adoção de licenças compulsórias para o medicamento, caso a companhia farmacêutica continue se negando a negociar preços razoáveis.

“ É bom que tenhamos uma prevalência mais baixa da Hepatite C nesta região em comparação ao restante do mundo” diz a Diretora de Testagem e Advocacy do Escritório da AHF para a América Latina e Caribe, Miriam Ruiz. “No entanto, os governos deveriam aproveitar esta oportunidade para erradicar completamente a Hepatite C. Isso só poderá acontecer se as companhias farmacêuticas passarem a valorizar mais as vidas das pessoas do que os dólares”.

A AHF tem um longo histórico de defesa por preços mais baixos de medicamentos. Desde seu documentário “Seu Dinheiro ou Sua Vida” (https://youtu.be/KpdkfLj-mg8) até a campanha “Não Faça Meu Fígado Refém”, que foram parte de um esforço que levou à rejeição da patente do Sofosbuvir na Índia, a AHF continuará a pressionar por mudanças ao colocar em evidência toda a ganância da indústria farmacêutica.

A Cúpula Mundial de Hepatites acontecerá de 1 a 3 de novembro, no World Trade Center de São Paulo

http://www.worldhepatitissummit.org

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